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Por que amar é tão difícil?

Primeiramente precisamos definir o que é amar, para depois falarmos de amor. Amar é um verbo transitivo direto, segundo o dicionário, que tem como principal significado “demonstrar amor”.

Parece que é fácil entender, mas não é. Quando falamos em amor, logo vem à mente não o sentimento, mas a imagem das pessoas que amamos ou que julgamos amar, sendo a mãe, o pai, os filhos, a esposa, o marido, amigos, cachorros, gatos, plantas e outros seres vivos…

Há quem diga que fazer o mal é mais fácil que fazer o bem. Nessa lógica, amar é mais difícil que odiar. Vamos tentar compreender. Se vimos uma pessoa na rua e desejamos fazer o mal a ela, não parece uma tarefa difícil. Podemos agredi-la verbalmente, com xingamentos e desejar-lhe coisas ruins. Podemos também agredi-la fisicamente. Podemos ainda contar os segredos dessa pessoa, caso saibamos, ou quem sabe inventar mentiras sobre ela e propagá-las ao vento. Como é fácil ser ruim!

E o bem, como o fazemos? Podemos oferecer ajuda a um idoso para atravessar a rua, mas ele pode não aceitar. Podemos oferecer flores a um desconhecido na rua? Podemos dizer ao outro como ele está bem vestido ou elogiá-lo por sua beleza? Podemos abraçar alguém e dizer-lhe o quanto o amamos? Seria prudente contar os nossos segredos ao outro, mesmo sem conhecê-lo muito bem? Entre um sim e um não, preferimos muitas vezes não demonstrar amor.

Para fazer o bem necessitamos pedir permissão. Parece estranho, mas antes de amar o próximo precisamos contar com o seu consentimento. Além disso, nunca teremos a certeza de que alguém que diz que nos ama está nos fazendo o bem ou que realmente nos ama. Pode ser falsidade. Já fazer o mal ou odiar parece mais óbvio. Ninguém finge que odeia o outro. Concordam?

 Amar é mais difícil que odiar, porque quem odeia faz isso de cara lavada, sem preocupar-se com as consequências. Amar dá mais trabalho porque precisa se provar que ama. Vejamos um relacionamento amoroso. Primeiro paqueras, depois conversas, saídas, programas, conhecer os amigos, as famílias, até selar o namoro. “Eu te amo”e “eu também te amo” oficializam que algo bom foi feito e que o amor existe, pelo menos em teoria.

Imaginemos então alguém dizer “eu te amo” para o outro no primeiro encontro. Certamente quem ouviu não acreditou. Como ele ou ela me ama sem me conhecer direito, em tão pouco tempo?  Tem alguma maldade por trás desse “eu te amo”? O ódio é definido, o amor pode ser impreciso.

Nota-se que fazer o mal ou odiar é bem simples. Basta proferir palavras ou cometer atos que demonstrem o seu sentimento ruim. Já o amor precisa ser frequente, invisível, incansável, para ter o seu final feliz ou continuar sendo feliz enquanto dure. Chegar no horário marcado, ter paciência com o outro, escutá-lo, comprar um presente surpresa, não bagunçar a casa, buscar os filhos na escola, ser carinhoso(a), cuidar do outro na doença, incentivá-lo nas derrotas, sofrer junto, realizar sacrifícios, tudo isso requer tempo e demonstra amor recíproco.

Dizer “eu te amo” é também importante, mas mostrar que ama é bem melhor, mas não é simples, e deve acontecer cotidianamente, sem expectativas.

Por isso, muitas pessoas desistem cedo, porque amar é difícil, envolve escolhas e decisões, perdas e ganhos, enquanto odiar parece descomplicado, porque o ódio é leve, líquido, fugaz, vai embora e deixa algumas marcas, mas com o tempo acabamos esquecendo dele, porque não vale a pena.

Vou sempre preferir o amor, porque é mais difícil, porque quando se conquista dá mais prazer e se torna mais duradouro e sólido. O amor, como dizia Drummond, “é privilégio dos maduros”.

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