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Ter ou não ter vaidade?

Na bíblia, no livro Eclesiastes, especificamente no capítulo 1, versículo 2, diz-se que: “Tudo é vaidade”. Mas ter vaidade é bom ou ruim?

Para os religiosos, a vaidade é ruim, porque de alguma forma ela se torna inútil. Afinal, de que adianta a vaidade se um dia vamos morrer? Do mesmo modo, além de inútil alguns afirmam que ela também é passageira, pois só vai durar enquanto permanecermos vivos.

Já o dicionário diz que a vaidade é a “qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória”. Se parássemos o texto aqui, teríamos a certeza de que a vaidade é algo ruim, pois ela engana, ilude, nos faz crer em algo que não existe ou naquilo que não somos.

Um advogado se veste bem, com terno e gravata, recebe os clientes em seu escritório, desloca-se ao fórum da cidade para participar de audiências. Ele é desprovido de vaidades? Você leitor, enquanto cliente, contrataria um advogado que o atendesse de bermuda, camiseta e tênis? Certamente não.

Nos vestimos de forma mais elegante, se assim posso dizer, também para nos sentirmos bem conosco, ou também para cumprir uma etiqueta que não é nossa e sim da sociedade. Se vou a um baile, no convite já diz o traje. Não estou indo para me iludir ou enganar alguém.

A vaidade é boa quando eleva nossa autoestima. Não é que vamos nos achar melhores que os outros, mas talvez melhores que nós mesmos, no sentido de evolução. Se hoje tenho um terno e posso usá-lo em ocasiões especiais, talvez num passado próximo não o tivesse porque meu salário não me permitia tê-lo. Evoluí profissionalmente!

Reparem que ao usarmos a palavra ou o verbo “ter”, acreditamos que algo é ruim, porque aprendemos em sociedade que é “melhor ser do que ter”, porque quem tem é racional, só pensa em dinheiro ou não é boa pessoa. Quem é (no sentido de ser), geralmente carrega consigo qualidades diferenciadas que nem todos conseguem ou podem “ter”.

Por isso defendo que ter vaidade é bom, dentro dos limites do equilíbrio. Vestir-se com vaidade é bom, desde que isso lhe faça bem interiormente. Ter vaidade para mostrar ao outro não pode ser bom, porque desperta a inveja, a cobiça e outros tantos sentimentos ruins.

Para quem sempre diz que ser é melhor que ter, é preciso cuidado. Eu prefiro “ter” vaidade, porque a tenho na medida certa, de forma equilibrada, a “ser” vaidoso, pois o ser é algo permanente. Dizer-me vaidoso significa que estou “cheio de vaidade”, ou seja, estou quase completo, lotado de vaidade.

Portanto, a vaidade não é algo ruim, mas ela precisa ser controlada. Já o vaidoso ou a vaidosa necessita voltar o seu olhar para dentro e esvaziar-se, não só da vaidade, mas também de algumas crenças.

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