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Quem é invejoso(a)?

Imaginemos uma sala de aula, de reunião, ou ainda um auditório, alguém fazendo essa pergunta à plateia. As reações seriam as mais distintas. Uns abaixariam a cabeça, outros olhariam para o celular, alguns verificariam as horas no relógio, outros tantos dariam aquela tosse seca e curta, e ninguém levantaria a mão, com certeza.

Inveja é um sentimento ruim e ninguém gosta de parecer ruim aos outros, ainda que o seja. Numa entrevista de emprego, por exemplo, quando o entrevistador pede para o candidato citar um defeito dele, geralmente o mais usado é “perfeccionista”. Mas perfeccionismo não é uma fraqueza, ainda que possa atrapalhar sua relação com os colegas de trabalho, especialmente se você for o chefe. Ninguém quer assumir os vícios, somente as virtudes.

Por outro lado, há também entre os invejosos aqueles que não se consideram como tal, pois tampouco sabem que o que sentem tem o nome de inveja. É o que chamamos de invejoso tolo. Ele confunde cobiça com inveja. Desejar ter um carro semelhante ao do seu colega de trabalho não é um sentimento negativo, desde que você não queira o carro dele e sim um do mesmo modelo.

Ainda no exemplo do carro, o invejoso é aquele que fica triste com a felicidade dos outros. É ver o carro novo do colega com ar de desdém, como se ele (o colega) não pudesse trocar de carro ou tivesse que pedir a sua opinião antes de adquiri-lo. Outro exemplo claro pode ser visto naqueles que gostam de futebol, e que muitas vezes deixam de torcer pelo seu time, a fim de torcer contra os adversários dele. É trocar a alegria de uma vitória sua pela alegria da tristeza do derrotado. Isso não faz muito sentido, mas as pessoas agem dessa forma. Impressiona também a motivação daquele colega ou amigo que há anos não te liga ou dá notícias, mas lembra de você exatamente no momento em que está mais triste ou zangado devido à derrota no futebol.  Devemos ter atenção em nossas atitudes e mais uma vez buscar entender as razões dos nossos atos, porque o que pode ser uma simples brincadeira para mim, pode revelar mais sobre quem eu sou e meus sentimentos. E isso só vamos descobrindo à medida que buscamos o autoconhecimento.

Invejosos nunca vão assumir que são, porque para alguns deles, esse sentimento, que pode ser natural ou instintivo, muitas vezes aflora sem mesmo perceberem. É como aquele homem que se diz bem-sucedido, feliz e realizado, mas que ao encontrar um ex-colega de trabalho ou de escola, descobre que o outro tem uma condição financeira melhor que a dele. A decepção fica estampada em seu rosto. Da mesma forma, aquela mulher que também se diz feliz e bem resolvida, encontra com uma amiga antiga, que há tempos não via, e frustra-se ao vê-la mais jovial e bela, demonstrando estar muito feliz.

Por fim, saliento que as redes sociais potencializam grandemente a oportunidade para os invejosos agirem. Afinal de contas, é difícil vermos alguém publicando que está infeliz ou que mora numa casa caindo aos pedaços, ou ainda que viajou para um lugar feio ou que está passando por dificuldades financeiras. A rede social não gosta disso, porque não traz engajamento. Talvez por isso é que os invejosos adoram redes sociais, porque quanto mais felizes os outros parecem a eles, mais tristes eles se tornam, e desse modo ativam a sua motivação, que é torcer contra, afinal, invejar dá muito menos trabalho que agir.

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