Era uma vez um menino, que na sua infância, sonhava em ser jogador de futebol. Não pensava no dinheiro, e sim porque amava jogar bola. Naquela época, jogador de futebol não era tão famoso, nem recebi os altos salários de hoje. A oportunidade não apareceu ou se apareceu ninguém contou pra ele ou deu importância para o seu sonho. Certo é que o tempo passou…
O menino cresceu e ainda na adolescência sonhava em morar fora, não precisava ser fora do país, mas num lugar diferente da sua cidade. Ele queria crescer, ser um profissional excelente (no início ele queria ser advogado, depois publicitário), ganhar muito dinheiro, ter uma bela casa e um carro do ano. Quis o destino que ele se formasse em Administração, mesmo ele tendo dúvidas se ia ao baile de formatura de um amigo na véspera da prova do vestibular, e depois de largar o curso de Educação Física e não passar no vestibular para Comunicação Social em Belo Horizonte.
Já na graduação em Administração ele sonhava em ser um grande executivo, CEO de alguma multinacional ou mesmo um grande empreendedor em qualquer lugar. Nunca foi! Andou por caminhos diferentes, sendo que um deles foi trancar a matrícula do curso e tentar novamente o curso de Direito. Não teve êxito! Mas também sem estudar, difícil alguém ter, não acham? Na época ele não pensava assim, mas seus sonhos nunca se realizavam, talvez porque eles não fossem levados a sério nem mesmo por ele, ou quem sabe porque aqueles sonhos não fossem tão importantes como achava que fossem.
Outros concursos vieram e ele passou em alguns, mas na maioria fracassou. Descobriu que são os fracassos que pavimentam os caminhos do sucesso, e que perder faz parte da vida, desde que se aprenda com os erros. Ele nunca quis casar, talvez porque tenha vivido experiências negativas na própria família. Era do tipo que acreditava que se fosse para entrar na vida de alguém, seria para melhorar a vida da outra pessoa, para fazê-la feliz e não para trazer problemas.
Por coincidência, hoje encontrei aquele jovem, que hoje não chega a ser um velho, mas que podemos chamar de senhor, e perguntei a ele o que tinha aprendido com a vida. Ele disse que hoje não mora na casa dos seus sonhos, não tem o melhor carro, não é rico e nem fez de sua vida profissional um caso de sucesso. Mas que era feliz assim mesmo, porque tinha uma casa própria e confortável, um bom carro (já quitado) e um casamento muito feliz.
Então perguntei a ele, antes de me despedir, “e os seus sonhos”? Ele respondeu: “Uma das coisas de que mais me orgulho é não ficar olhando para trás e pensando: E se tivesse sido diferente? E se meus sonhos tivessem sido realizados? Descobri que jamais vou saber a resposta e nem quero, porque o ‘se’ não existe e nunca vai existir, e porque quanto mais vivemos no passado menos aproveitamos o presente. E a felicidade está no presente, no agora! Você concorda”?
Disse ‘sim’ me olhando em frente ao espelho…