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Por que gostamos de sofrer?

Há uma frase famosa, atribuída a vários autores, que diz que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Eu vou além, e digo que o ser humano, diante dessa opção, sempre escolhe sofrer.

Mas não seria irracional escolher sofrer? Sim, a escolha pelo sofrimento é emocional, mas quando fazemos nossas opções acreditamos que estamos sendo racionais. Vou tentar explicar.

Imagine que você mora numa casa alugada e vive uma vida tranquila. De repente alguém lhe diz: “Estão financiando algumas casas em determinado bairro. Você não gostaria de ter sua própria casa e sair do aluguel”? Nos abalamos emocionalmente com a pergunta e nos esquecemos de fazer o básico, que é perguntar a nós mesmos se é isso que realmente queremos ou podemos fazer naquele momento. É o que comumente chamamos de autoconhecimento. Se você se conhece, saberá o momento exato de tomar uma decisão tão importante como essa. E quando isso acontecer é você quem fará essa pergunta e não seu vizinho, amigo ou parente.

Sofremos porque ouvimos os outros e não a nós mesmos. Mudar de casa, sair do aluguel, começar uma faculdade, comprar um carro, fazer uma viagem longa, mudar de emprego, pegar um financiamento, casar, ter filhos, mudar de vida, tudo isso requer escolhas que passam por uma única pessoa: você. É você quem vai decidir sua vida e não os outros.

Se você optar por sair do aluguel para comprar sua própria casa, o sofrimento será somente seu. Por isso, é você quem deve escolher o momento correto de iniciar a mudança. Sair do aluguel implica em novas contas, em burocracias, em continuar naquele emprego chato, mas que lhe garante o sustento, na redução de gastos com supérfluos, no convívio com novos vizinhos, na possibilidade de insônia diante do financiamento, enfim, de tudo que é novo, porque o novo traz sofrimento também.

Gostamos de sofrer porque nos alienamos com os sonhos alheios, achando que as pessoas que nos são próximas sempre querem o melhor para nós. Nem sempre isso vai acontecer. Sofremos porque acreditamos que o melhor está fora de nós e não dentro. São os objetos que preciso, mas que não precisava até alguém me dizer que são importantes, até assistir uma propaganda na televisão.

O pior é que vamos continuar sofrendo e reclamando do sofrimento, porque sempre optaremos pela opinião alheia, fazendo escolhas externas, que não nos trarão paz, mas a tranquilidade de que vão agradar aos outros, como se os outros fossem dividir conosco as contas, as dores e os sofrimentos.

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