Essa pergunta é bem simples de responder. Se ela fosse feita num almoço de domingo ou numa igreja, todos responderiam de forma uníssona que a família é tudo!
Dizer que família é importante está no rol de frases do politicamente correto. Quem quer agradar o outro repete isso a todo o momento. O problema é quando o discurso difere da prática.
O sujeito recebe uma bela proposta de trabalho, mas terá que se mudar para outro estado, deixando a família, seja esposa, filhos, primos, tios, tias, pai e mãe. O que ele faz? Diz sim, afinal não é todo dia que se recebe uma oferta financeira tão boa.
No entanto, a pressão dos amigos e, especialmente dos familiares, surge questionadora: Mas e a família? A partir daí esse mesmo sujeito cria várias teorias para tentar explicar o inexplicável, ou para esconder o que está claro: a família não é tudo! A família não é prioridade!
Uma das teses criadas para a escolha é muito comum: “Estou fazendo isso pensando na família”. Se tudo der certo, a pessoa voltará daqui a cinco ou dez anos, para dar à família uma vida melhor. Mas o que é melhor para a família? Ela foi consultada?
Certamente muitos de nós passamos por essas escolhas na vida e também encontramos algumas desculpas que vamos deixando pelo caminho. O discurso é bem pensado, as palavras são medidas criteriosamente, mas o dia a dia nos mostra que as opiniões são bem distintas das ações. É o que chamamos de incoerência.
O que fazer então? Uma boa saída seria a busca pelo autoconhecimento. Se me conheço, ainda que pouco, sei do que gosto e do que me faz bem, ou pelo menos, sei do que não gosto e daquilo que não quero pra minha vida. Se, inicialmente, compreendermos esse “conhecer-se”, as coisas caminharão para uma segunda etapa, onde outras perguntas podem surgir: “Estou sendo sincero comigo”? Ou “Sou realmente uma boa pessoa”?
É preciso entender que algumas indagações irão nos ferir, pois a partir de suas respostas, encontraremos a verdade (se é que ela existe), nos desnudando, mostrando quem realmente somos. Será que é realmente isso que queremos? Quanto vale a sua família? E a sua satisfação pessoal? Talvez o melhor mesmo é continuarmos fingindo…