É comum darmos um nó bem forte no cadarço do tênis para que ele não saia do pé. É preciso que ele (tanto o nó quanto o tênis) esteja bem firme, justo, para que o caminhar seja seguro. Ao chegarmos da caminhada, desfazemos os nós, para que os tênis sejam retirados dos pés, e que estes possam ficar livres. Uma confortável sensação de liberdade…
Na vida temos o costume de dar muitos nós. E muitos deles são tão apertados, que fica quase impossível desatá-los. Eu disse “quase”! Porque com algum esforço e empenho conseguimos desamarrar os cadarços que nos impedem de caminhar, nos prendendo a um passado longínquo, que nos imobiliza, ou a um futuro que nem sabemos se existirá.
Algumas pessoas são como nós em nossas vidas. São amarras tão fortes que nos obstaculizam, nos dificultam o crescimento, o desenvolvimento, o pensar grande, o pavimentar novos caminhos. O problema é que alguns enxergam os nós como segurança, afinal de contas são eles que nos dão a confiança (ou a sensação dela) de que nada de mau nos acontecerá. Mas essa confiança nos imobiliza, e em vez de dar um passo pra frente, prendemos os pés no chão e nos vimos acuados, tendo que voltar.
A sensação de que estamos seguros nos tornam cômodos, satisfeitos e ao sairmos de nossas cavernas vemos muita luz, talvez tanta que nem possamos enxergar todos os caminhos, mas eles estão todos lá. Nos amarramos com tal força a alguém ou a uma ideia, que passamos a ignorar o óbvio, e continuamos a viver de forma alienada.
Precisamos desatar os nós que nos prendem ao comodismo, à vida medíocre e principalmente àquelas pessoas que não sonham, não vivem, que estão ancoradas no mesmo porto, como um velho navio, esperando o fim chegar. É inevitável desamarrar os nós que prendem os nossos pés, que nos impedem de pisar a areia fina e sentir o frescor de um novo caminhar, de um novo viver.
E então? Vamos desatar os nós?