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Estamos sempre achando?

Nossas vidas parecem mais um mar de pensamentos. A todo instante uma ideia, uma vontade ou um desejo surgem na cabeça, mas não expressamos, talvez com receio do que o outro vai pensar ou como ele irá reagir. E então passamos a julgar, como se estivéssemos dentro do outro e pudéssemos ler os seus pensamentos. Nunca temos certeza, mas estamos sempre achando algo. Vejamos a história…

Saí de casa achando que ia comprar um forno micro-ondas.  Entrei na loja e percebi que o vendedor me olhava de longe. Acho que ele estava pensando que eu só estava ali para observar, pois compraria o produto pela internet. Me senti ofendido e decidi ir embora, mas antes olhei o preço do objeto.

O vendedor, por sua vez, decidiu me atender. Na cabeça dele veio o pensamento: “Vou ver o que está querendo, mas acho que ele não tem dinheiro para comprar um micro-ondas”. Achando que eu era muito mais velho, ele me chamou de “Senhor” e perguntou se podia me ajudar. Eu pensei: “Acho que não preciso de ajuda para ver um micro-ondas”. Mas não respondi. Balancei a cabeça negativamente. Acho que ele não gostou muito da minha resposta. Fechou a cara e voltou para o seu posto.

Achei o preço muito caro, além do atendimento muito ruim. Resolvi ir embora, mas lembrei-me que ainda tinha uma dúvida: em quantas vezes a loja dividia no cartão? Chamei então o atendente. Acho que ele fingiu não ter me visto, pois virou o rosto para o lado oposto de onde saiu a minha voz.

Se ele estava achando que eu ia sair vencido dessa batalha, enganava-se. Fui até ele, toquei o seu braço com o dedo indicador e fiz minha pergunta. Acho que ele não gostou muito, porque ficou olhando para o braço como se quisesse dizer: “Quem ele pensa que é para me tocar”?

O vendedor saiu do seu posto e encaminhou-se para onde estava o micro-ondas. Acho que ele estava com pressa ou então impaciente. Me falou o preço à vista. Acho que ele não entendeu a minha pergunta. Antes de eu abrir a boca, porém, ele me disse que dividiam em dez vezes sem juros. Agradeci pela informação e saí da loja.

Pensei comigo: “que sujeito estranho. Acho que ele não foi com a minha cara”. No trajeto de volta pra casa tomei a decisão. Acho que vou comprar o micro-ondas pela internet. Pelo menos lá não tem vendedor achando que a gente é pobre ou velho.

O vendedor voltou para o seu posto de trabalho, esperando que outros consumidores adentrassem a loja. Enquanto os transeuntes passavam, ele pensou: “acho que preciso mudar de emprego”.

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