No mundo do trabalho ocupação refere-se às atribuições e tarefas que atualmente você desempenha. O cargo que você “ocupa” na empresa ou instituição que trabalha retrata o que você está (ou anda) fazendo cotidianamente.
Todavia, nossa vida não tem só o lado profissional, ou seja, nos ocupamos também com outras coisas, como lazer, família, educação, saúde etc. Algumas pessoas conseguem dividir essas ocupações, mantendo um equilíbrio sobre as ações, o que Aristóteles chamava de meio termo. Metade profissional, metade pessoal.
No entanto, é perceptível que muitos não conseguem alcançar esse equilíbrio, pendendo a balança geralmente para o lado do trabalho. Afinal de contas, vivemos num mundo onde o modo de vida é capitalista, no qual o mercado nos apresenta modelos de felicidade, que passamos a comprar e usar, na maioria das vezes de forma inconsciente.
Como se não bastassem os problemas da ocupação (tanto pessoal quanto profissional), o ser humano criou algo mais devastador: a “Pré-Ocupação”. Escrito dessa forma, mostra que antes mesmos de nos ocuparmos já estamos ocupados. Como assim? Quando me preocupo, eu me ocupo de algo que ainda não aconteceu, e que talvez nem aconteça. A minha preocupação traz um sentimento (ou sofrimento) que poderia ser evitado, caso ele não ocorresse.
Alguém importante disse certa vez que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Nessa perspectiva, preocupar-se é sofrer! Quem se preocupa demais costuma não viver de forma intensa os momentos. É como aquele turista que em vez de contemplar a paisagem prefere preocupar-se em sair bem na foto. Preocupamos com o supérfluo e esquecemos de viver o que realmente importa.
Portanto, se você vai mudar de cidade ou não, se vai passar no concurso ou não, se vai casar, ter filhos ou trocar de emprego, não se preocupe! Lembre-se do conselho de Epicteto: “Se o problema possui solução não devemos nos preocupar com ele. E se não possui solução, de nada adianta nos preocuparmos”.